Termina neste domingo a Fapi mais polêmica desde sua criação, em 1966. O show deste sábado apresenta Gustavo Miotto, com entrada franca. No domingo é a vez de Marília Mendonça, e o ingresso custa 45 ou 25 reais, dependendo do lote.
A 51ª edição do evento foi a primeira a ter acesso cobrado para os shows, o que gerou muitas reclamações. Mas não foi só essa mudança que motivou queixas. Apesar de manter no nome a referência à agricultura e pecuária, em 2017 a Fapi praticamente não abordou essas áreas. No passado, esses dois segmentos eram uma espécie de vitrine da feira e garantiam a realização de grandes negócios para os expositores. A Fapi assumiu um modelo que já vinha sinalizando nos últimos anos, priorizando a venda de comidas e bebidas, além de outros produtos.
O que se viu nos primeiros dias foi que o público que lotava o recinto assistindo aos shows gratuitos se afastou. Se o chamariz para as vendas na Fapi são os shows que atraem grande público, esta primeira edição com ingressos pagos mostrou que a região não tem potencial para lotar o recinto em dez dias de shows. Mesmo que estivessem preparados para diminuição nas vendas devido à crise econômica, os expositores sentiram na pele as consequências da falta de público. E quem estava acostumado a passear com a família também estranhou o fato de não haver gado ou outros animais em exposição, o que costumava agradar as crianças e adultos também. Se para alguns a Fapi era a possibilidade de negócios lucrativos, para a maioria da população a feira representava uma possibilidade de lazer.
Enfim, os ourinhenses, com o poder aquisitivo diminuído devido à crise e ao desemprego, reclamaram usando as redes sociais. A maioria dos comentários mostrou um sentimento de perda, com as pessoas sentindo-se excluídas do lazer que era oferecido pelos shows pagos e também das possibilidades de compra, já que os preços cobrados no recinto foram considerados altos.
Apesar dos comentários negativos, o bom é que muita coisa foi posta em discussão, inclusive o investimento financeiro da Prefeitura para a realização do evento. Apesar de tentar “descolar” a imagem da Fapi este ano, o apoio da administração municipal continua viabilizando a Feira, e o sucesso ou fracasso repercutem politicamente. Para minimizar as críticas, a Prefeitura informou que não será cobrado ingresso para o show desta noite, com Gustavo Miotto.
Em anos anteriores a Prefeitura injetava dinheiro para possibilitar a gratuidade dos shows, porém, com a crise isto ficou inviável. Mesmo recebendo críticas, o prefeito Lucas Pocay acertou em diminuir os recursos investidos, já que existem inúmeras outras prioridades.
É preciso encontrar uma fórmula para que o evento continue sendo acessível para todos, sem prejudicar projetos ou iniciativas importantes para a cidade.
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