Lojas descumprem decreto e abrem “portinhas” para receber contas

Pernambucanas já abriu ontem, 06, descumprindo decretos do Governo do Estado e da Prefeitura.

Existem pessoas que se importam com as outras, e tem as que simplesmente não se interessam pelo o que acontece com o próximo. Em tempos de pandemia fica ainda mais claro perceber isso. Com a Organização Mundial de Saúde (OMS), líderes mundiais, médicos e cientistas de todo o mundo recomendando o isolamento social como forma de prevenção do contágio pelo Coronavírus, há quem não dê a mínima e mantenha uma vida normal.

Nesses primeiros dias de abril, passando pelo centro de Ourinhos, é fácil comprovar aquela máxima de que “para o banco, o cliente é apenas um número”. Toda agência bancária tem uma fila enorme, e nem um funcionário para orientar sobre a distância necessária entre as pessoas ou para oferecer álcool em gel para higienização. Os caixas automáticos  funcionam dependendo de biometria. São caixas-bomba, bombas biológicas de propagação do vírus.

Longas filas se formaram em frente e dentro dos bancos de Ourinhos.

Mas a avareza não é exclusividade de banqueiros. Donos de lojas de médio e grande porte também convocaram os funcionários e abriram, desde ontem, uma “portinha”, para receber carnês de crediário. Do lado de dentro, funcionários em pânico com medo de serem contaminados ao pegar dinheiro e boletos, e levarem o vírus para a família ao voltarem para suas casas; do lado de fora, filas. Em Ourinhos, Pernambucanas, Jô Calçados e Nunes Magazine estão agindo dessa forma.

Um dia antes, cartaz afixado na Jô Calçadas pedia para que clientes “batessem na portinha” para realizar o pagamento de faturas e carnês.
Logo no início da manhã de hoje, fila se formava na frente da Jô Calçados.

Os comerciantes que abriram as “portinhas” descumprem decretos estadual e municipal que suspenderam o atendimento presencial ou acesso ao público em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, especialmente em casas noturnas, shoppings, galerias, cinemas, academias, salões de beleza, pet shops, correspondentes bancários, hotéis, motéis, pousadas, pensões e instituições de ensino.

A luz no fim do túnel é que essa atitude não é norma. Tendo em vista os problemas da pandemia, muitos comerciantes se precaveram e disponibilizaram meios eletrônicos para pagamento de contas. É o caso da Max Modas e da loja Torra. A Magazine Luiza, grande rede de departamentos, afixou comunicados nas portas de sua loja e está veiculando informações nas TVs para que os clientes utilizem home banking ou o aplicativo da empresa.

Max Modas disponibilizou forma eletrônica para pagamento.
“Vamos esperar que essa fase passe e fique tudo bem”, diz comunicado afixado na loja Leo Magazine.

Nas vitrines de muitas lojas, pequenos cartazes informam que o estabelecimento vai aguardar “a tempestade passar”, para então pensar em como cobrar a clientela. Isso é empatia, amor ao próximo e à própria vida. Todos teremos muitos prejuízos econômicos devido à pandemia, mas a hora de salvar vidas é agora.

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