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por Bernardo Fellipe Seixas
Síndica e subsíndico, candidatos a reeleição, são acusados de irregularidades, manipulação de cédulas, autoritarismo e omissão de informações
A Assembleia Geral Extraordinária do Condomínio Residencial Moradas Clube, em Ourinhos, realizada na noite da última segunda-feira (2), durou pouco mais de 10 minutos e terminou em confusão e acusações de fraude. O evento, convocado para eleger síndico, subsíndico e conselheiros, foi marcado por denúncias contra a atual síndica, Daiana C. D. S., cujo mandato expira 15 de dezembro. Três advogados contratados pela administração do Moradas estavam no local, sendo que Pedro Henrique V. foi escolhido para presidir a Assembleia.
Moradores denunciaram que apenas os proprietários em dia com a taxa de condomínio e que assinassem a lista de presença poderiam votar. No entanto, irregularidades logo foram percebidas, especialmente no controle das assinaturas e na distribuição das cédulas de votação. O número de cédulas distribuídas não correspondeu ao de assinaturas na lista. Pedro, indicado pela síndica para comandar a assembleia, iniciou as atividades sem informar o total de participantes ou assinaturas, e alegou possuir procurações de moradores, mas não especificou a quantidade nem os identificou.
O clima esquentou quando uma moradora, em cadeira de rodas, pediu a palavra para denunciar erros já no processo anterior à votação. Pedro Henrique V. encerrou a assembleia abruptamente, intensificando o tumulto. Vídeos da confusão circularam nas redes sociais desde a noite de ontem (2). Segundo informações, um grupo de moradores se reuniu no início desta tarde para, juntos, se dirigirem à delegacia para o registro de boletim de ocorrência.
Síndica contesta irregularidades | O Jornal Biz entrou em contato com Daiana por WhatsApp. Ela rebateu as denúncia, e argumentou que toda a confusão foi causada por moradores que querem tumultuar a vida no Condomínio. A síndica forneceu os telefones de seus advogados. Buscamos contato com eles, mas não obtivemos retorno até o momento da publicação. O espaço continua aberto para a manifestação da defesa e de Pedro, também citado nesta matéria.
Candidato de oposição se manifesta
Candidato a síndico profissional com apoio de moradores críticos à gestão de Daiana, Elzio Fernandes Baltar conversou com o Jornal Biz por telefone. Seu relato condiz com o de outros moradores, e com as imagens de vídeos que estão sendo compartilhados nas redes sociais. “A atual síndica trata com desrespeito os moradores que a questionam. O senhor Pedro encerrou a Assembleia de forma autoritária, e fez questão de debochar das pessoas que estavam ali tentando participar de uma votação que é muito importante para o seu dia a dia, pois trata-se da administração do Condomínio onde moram”, disse Elzio.
Histórico de problemas no condomínio
As denúncias desta semana não são isoladas. Desde abril, moradores relatam falhas na gestão do condomínio e falta de transparência na contratação de empresas que prestam serviço ao residencial. Dois processos judiciais estão em andamento: um por falta de prestação de contas relacionadas ao consumo de água, e outro que pede a anulação de uma assembleia anterior, também por irregularidades.
Segundo Vanessa Ramos Debastiani, proprietária de imóvel no Moradas e responsável pelas representações, a síndica teria deixado de pagar as contas de água do condomínio entre março e outubro, acumulando uma dívida de aproximadamente R$ 300 mil com a antiga Superintendência de Água e Esgoto (SAE). O valor foi parcelado até 2028, onerando os moradores. Conforme Debastiani, até o momento os moradores não receberam uma resposta oficial sobre o que foi feito exatamente com esses recursos.
Em junho, durante a pré-campanha eleitoral, o Jornal Biz apurou que o zelador José Fábio Xavier, o Fabinho, então candidato a vereador pelo PSB, teria usado de influência política para evitar que o fornecimento de água no Condomínio fosse cortado. Fabinho apoiou o candidato a prefeito derrotado Caio Lima (PSD).
O caso escancara possíveis falhas graves na administração do condomínio, e levanta questões sobre transparência e ética na gestão. A matéria continuará sendo atualizada à medida que novas informações surgirem.
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