Curta o JornalBiz no Facebook Instagram Twitter YouTube
Cartilha recomendava o uso de medicamentos como ivermectina e hidroxicloroquina para prevenir a doença, sem informar efeitos adversos
A Justiça Federal do Rio Grande do Sul condenou os responsáveis pela publicidade do chamado “kit covid” a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde. A informação foi divulgada pelo MPF (Ministério Público Federal) na noite de ontem (25).
O material publicitário alardeava supostos benefícios do “tratamento precoce” contra a covid-19 sem indicar os possíveis efeitos adversos. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), “a publicação contraria a legislação e ato normativo que tratam da propaganda e publicidade de medicamentos”.
A condenação é resultado de duas ações judiciais envolvendo as empresas a associação Médicos Pela Vida e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Unialfa (Centro Educacional Alves Faria) e GJA Participações (Grupo José Alves).
Tanto a cloroquina quanto a ivermectina não tiveram resultados científicos comprovados para a prevenção e tratamento da Covid19. Se administrada em pacientes infectados pela Covid-19 pode resultar em reações como: arritmia cardíaca grave, além de prejudicar o funcionamento do fígado. Os riscos são maiores ainda quando o medicamento é administrado junto ao antibiótico azitromicina.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o maior propagador do “kit covid” no Brasil, recomendando o uso em lives, publicações e entrevistas. Até o Ministério da Saúde, durante sua gestão, contrariou a Ciência para indicar um coquetel de medicamentos com hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e a nitazoxanida, além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D. Esse mix farmacológico não é reconhecido por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
OURINHOS
Em abril de 2021, a Câmara Municipal aprovou um Requerimento do então vereador Cícero Investigador (Republicanos) em que ele pedia que a Prefeitura fornecesse kit covid (Azitromicina 500 mg, Dexametasona 4 mg, Ivermectina 6 mg e Dipirona 500 mg) para o tratamento precoce no combate à infecção da COVID-19. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia publicado, no mês anterior, um comunicado onde não recomendava a utilização de tais medicamentos.
Nas unidades de saúde de Ourinhos, diversos médicos forneciam receita com o “Kit Covid”, que chegou a ser distribuído na Farmácia do Postão por alguns meses.
- VOCÊ SABIA? Médico que criou “Kit Covid” morreu de Covid. Clique aqui para ler.
CURTA O JORNAL BIZ NO FACEBOOK
Instagram @JornalBiz
Twitter @jornal_biz