Greve: Postos sem combustíveis e mercados com problemas de desabastecimento

A greve dos caminhoneiros já mostra reflexos em Ourinhos. Alguns postos já estão sem combustíveis, supermercados e sacolões enfrentam problemas de desabastecimento de carnes, frutas e verduras. No início da noite de ontem, a Faculdades Integradas de Ourinhos emitiu um comunicado declarando apoio ao Movimento e informando a suspensão das aulas nos dias 23 e 24. A Circular Cidade de Ourinhos reduziu pela metade os ônibus em circulação para o transporte de passageiros na cidade.

“Estoque não dá para o dia de hoje”, diz Alexandre, do Posto Marinho.

O Posto Marinho começou o dia com de 1.900 litros em estoque. Segundo Alexandre Sá Camargo, os tanques estarão vazios antes do meio-dia. “O movimento aumentou bastante, a maioria tá enchendo o tanque. Nossa reserva vai durar menos de uma hora”.

“O país, no geral, tá uma bagunça”, reclama o empresário Milton.

O empresário Milton Oshima, do Verdurão Ourinhos, diz que o fornecimento de legumes e verduras já está afetado. “Os supermercados da cidade não conseguiram buscar produtos no Ceasa, em São Paulo. Hoje eu consegui, mas não sei como será nos próximos dias”, diz Milton, que apóia o movimento. “A greve mostra o problema pontual dos combustíveis, mas no geral o país tá uma bagunça”.

“Temos que trabalhar, mas o aumento nos preços tá demais”, protesta Marcelo.

Marcelo Neves trabalha com venda e distribuição de hortifrutigranjeiros, e reclama da alta nos preços. “O saco de batata passou de 120 reais para 300 reais, a cebola de 90 pra 140. Está subindo o preço de tudo, ficando difícil de trabalhar”.

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Celso Reis é gerente regional de perecíveis do Supermercado São Judas e diz que há risco de  faltar mercadorias para os próximos dias.

Se não houver um acordo entre a categoria e o Governo, não teremos produtos para o final de semana. No setor de produtos não perecíveis, ainda temos estoque, porém produtos que precisam de reposição diária como carnes e verduras, já estão faltando, não temos toda variedade”, diz Celso, que destacou o grande movimento no estabelecimento hoje logo pela manhã.

“Vai faltar produtos para o final de semana”, avisa Celso.

“Hoje está um dia bem atípico. Não só a loja de Ourinhos, mas as da região também estão muito cheias. As pessoas estão se prevenindo para uma possível falta de produtos, os carrinhos estão todos cheios”. (Celso Reis)

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Pela manhã, caminhoneiros se concentravam na rodovia Mello Peixoto.

Greve em Ourinhos

Em Ourinhos há bloqueio de tráfego de caminhões em todas as rodovias. No ramal Mello Peixoto, em frente ao condomínio Ville de France, mais de 100 caminhoneiros passaram a noite acampados no local.

“Somos 5 mil caminhoneiros em Ourinhos e região”, diz Ariovaldo, ao centro da foto.
Durante a noite e madrugada, pneus foram queimados no acostamento da rodovia.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ourinhos e região, Ariovaldo de Almeida Silva Junior, diz que o impasse com o Governo está longe de ser solucionado. “Tem que reduzir o preço dos combustíveis, congelar e criar parâmetros para que não suba novamente. Não adianta baixar e daqui 15 dias aumentar novamente, embutir esse prejuízo em outro imposto. O governo tem que cumprir a pauta de reivindicações da categoria, que vai do piso do frete até a aplicação de leis instituídas há anos e que não tem aplicação”. Segundo Ariovaldo, a categoria está unida e disposta a enfrentar o Governo. “No Estado de São Paulo são 450 mil caminhoneiros afetados. Em Ourinhos e região somos 5 mil caminhoneiros e a paralisação é geral”.

“O Governo faz o povo de palhaço”, reclama Alessandro.

Protesto

O empresário Alessandro Andrade é dono de um mercado no bairro Boa Esperança, em Ourinhos, e resolveu se juntar aos caminhoneiros fazendo um protesto diferente, fantasiado de palhaço. “Já não tenho frango, ovo, porco e pão no mercado. Me vesti assim porque é como o Governo trata o povo. Me sinto um palhaço com tanta desordem”, reclamou Alessandro, finalizando: “Acho que o Brasil tem solução, mas o povo precisa lutar muito pra que as mudanças aconteçam”.

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